sábado, 30 de julho de 2011

Bellagio...

No norte da Itália, na Região dos Lagos, um  verdadeiro deleite é gastar as horas navegando pelos lagos e admirando a paisagem...



... que inclui vilarejos encantadores e "villas" que parecem ter saído de contos de fadas.






Dentre as muitas cidadezinhas que margeiam o Lago di Como, há uma chamada Bellagio. Um recantozinho adorável...

...muito propício para o "dolce far niente".



Chegando lá, dei-me conta de que o nome me era bastante familiar. Como era a minha primeira vez na Região, conclui que tal sensação só poderia vir do Cassino homônimo que há em Las Vegas...



A confirmação veio no Botelim "Seu Estilo" nº 50, de junho último, que fala de Las Vegas: "Em sua rua principal, a Las Vegas Boulevard - também conhecida como The Strip - estão concentrados os maiores hotéis cassino do mundo, alguns com mais de três mil quartos, como é o caso do Bellagio, que possui mais apartamentos do que o número de habitantes da cidade italiana que empesta o nome ao mega resort e cassino". 

Não se trata de saber o que é melhor, mas acho que a sofisticação e imponência do Cassino Bellagio de Las Vegas não tem naaaaada a ver com a simplicidade e  despretensão do lugarejo italiano...


quarta-feira, 27 de julho de 2011

O fim do mundo... e mais além!

Ao longo da história, as fronteiras marítimas sempre afetaram o imaginário humano. Onde a terra acabava e começava o mar se tornava um local de temor e fascínio para as pessoas ainda tão desprovidas de informações através dos séculos.

No extremo sul da Inglaterra, na Região da Cornualha, esse ponto foi literalmente denominado Land's End (Fim da Terra) e ainda hoje atrai curiosos e turistas de todas as partes.


                                          Minha amiga Dri (fotos), companheira na viagem a Land's End 

Já a extemidade sudoeste da Europa outrora foi chamada de "o fim do mundo", justamente em homenagem  à estreita extremidade ocidental da Cornualha, na Inglaterra. Trata-se de uma "escarpa rochosa que se projeta no Oceano Atlântico, produzindo uma imagem de espuma água-marinha nos íngremes penhascos".


O "fim" do Continente europeu fica no município de Sagres - Portugal, onde "Henrique, o Navegador, Infante de Sagres, 'sonhou sonhos que nenhum mortal ousou sonhar antes'. Ele também provou que aqueles sonhos podiam tornar-se realidade, lançando Portugal e o mundo moderno nos mares de explorações."

No Cabo de São Vicente (que tem esse nome, de acordo com a lenda, porque o corpo de São Vicente teria chegado ali misteriosamente num barco guiado por corvos) há umas fortaleza medieval e, mais recentemente, foi feita uma trilha pela encosta, onde os visitantes podem apreciar a paisagem e receber informações sobre o mar e as navegações, através de estações colocadas ao longo do caminho.

 Curiosidade - Nesse passeio, aprendi que, em razão do fato de as embarcações, ao partirem para as expedições dos descobrimentos, descerem o Oceano Atlântico ao logo da costa africana, a sinalização delas veio a obedecer o sentimento que tinham os navegantes em relação a cada um dos lados do sentido que tomavam....

Bombordo - Representa o lado esquerdo da embarcação e é sinalizado pela luz vermelha.
Razão: Ao partirem para o Sul, tinham à sua esquerda a terra  e os respectivos portos - bom bordo -,  razão pela qual o lado esquerdo é sinalizado  pela luz vermelha, que representa a cor da coração e da saudade.

Estibordo - Representa o lado direito da embarcação e é sinalizado pela luz verde.
Razão: Ao partirem para o Sul, tinham à sua direita apenas o mar e o  desconhecido, razão pela qual o lado direito é sinalizado pela luz verde, que representa a cor da a esperança e o descobrimento.

Essa sinalização (luz verde  do lado direito e luz vermelha do lado esquerdo) tornou-se uma regra universal e passou a se aplicar também às aeronaves. Dessa forma, ao perceber a presença de uma embarcação ou um avião no escuro, podemos saber pra que lado estão se deslocando,  identificando as cores das luzes que os sinalizam...

domingo, 24 de julho de 2011

Machu Picchu


Hoje se comemora o 100º aniversário da redescoberta de Machu Picchu, a cidade perdida dos Incas localizada no Peru.


Estima-se que foi construída no século XV, mas permaneceu oculta, coberta pela vegetação, até o início do século passado. O redescobrimento da região, em 24 de julho de 1911, foi resultado de uma expedição da Universidade de Yale, sob responsabilidade do professor norte-americano Hiram Bingham.


Pela obra humana e pela localização geográfica, Machu Picchu é considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO.


Vale a pena a visita, que, hoje em dia, é muito facilitada pelas agências de turismo.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Contos dos Cantos do Mundo II

As amendoeiras do Algarve

O algarve é a região sul de Portugal, onde se pode ainda sentir reminiscências dos sete séculos de dominação moura.




Nessa região, assim como em outras áreas de Portugal, existe uma variedade de doces e pratos feitos de amêndoas.

Talvez essa explicação para a origem das amendoeiras não seja a mais verdadeira, mas certamente é a mais romântica...


"Na antiga cidade moura de Xelb (atual Silves), dizem ter vivido um bonito e sensível vizir. Durante uma de suas curtas estadias nas terras do norte, ele se apaixonou e ganhou a mão de uma linda e loira princesa nórdica.

Após desposá-la, levou-a para o Algarve. Logo a jovem princesa começou a definhar, sem encontrar consolo no castelo rosa do mouro. Seu jovem marido finalmente percebeu que a melancolia de sua esposa devia-se à saudade das colinas e vales cobertos de neve de sua terra natal. O vizir decretou que milhares de amendoeiras fossem plantadas por todo o seu reino.




A partir daquele dia, flores dessas árvores cobrem o Algarve no final de janeiro e início de fevereiro. A visão aqueceu o coração da jovem princesa; vendo as flores, ela achou que finalmente poderia cumprir suas obrigações maritais, vivendo feliz para sempre no reino ensolarado de seu vizir, com o cheiro doce dos invernos artificiais... ou pelo assim conta a história."



domingo, 17 de julho de 2011

Protesto



Daí me peguei pensando o que fazer com a nossa afeição quando, de uma hora pra outra, o canal resolve simplesmente não exibir mais a sua série favorita?

De repente, um produtor chega com uma proposta de uma série nova, nos apresenta os personagens e começa a narrar suas estórias de forma tão envolvente que não nos resta outra alternativa a não ser nos envolvermos com suas vidas e nos afeiçoarmos a eles de tal maneira que os dias da semana passam a correr de forma a chegar no dia do novo episódio.

As temporadas se sucedem e, ao longo dos anos, verdadeiramente nos apaixonamos por aquelas pessoas tão queridas, com quem nos encontrávamos todas as segundas, ou quartas, ou terças...

Aí um dia, sem que nada tenha te alertado, descobre-se que só haverá mais dois episódios e a série não será mais exibida.

Porque?? Porque a audiência não está sendo a esperada... A audiência é medida em números, não em grau de satisfação daqueles que assistem!!!

E aí? O que fazer com a nossa afeição?

Sei que a minha irresignação não adianta absolutamente nada, assim como aconteceu com Felicity e Everwood, mas gostaria de apenas registrar o meu protesto sobre o fim de Brothers sand Sisters.

Não mais jantares etilica e hilariamente mal terminados; adeus Sarah, Kitty, Norah, Saul, Justin... So long Kevin e Scott!! Não mais conversas coletivas truncadas em telefones . Não mais segredos mal guardados e pessimamente revelados. Não mais...


 

Adendo em 24/07/2011
...Sobre o último capítulo, tenho a dizer que gostei. As histórias deixadas em aberto me deixaram justamente a sensação de que a vida continua e seguiremos por aí, com a saudadezinha no coração de mais estas pessoas queridas, que não veremos mais.

Fica a imagem do encerramento com a Norah citando George Eliot: "Nunca é tarde demais para sermos aquilo que poderíamos ter sido".

Indeed!!!

domingo, 3 de julho de 2011

Balão, montgolfière ou O Sonho de Ícaro

Uma outra questão a respeito da qual a pessoa acaba tendo que se posicionar é se gosta de voar ou não. Nos dias de hoje, para percorrer grandes distâncias, acabamos tendo que usar aviões, mas boa parte das pessoas faz isso como um esforço, um desconforto necessário.

Voar, para mim, desde a primeira vez em que isso me aconteceu, foi um imenso prazer. Grandes aeronaves me servem sem percalços, mas o sentimento lúdico me é inversamente proporcional ao tamanho da aeronave. Meu vôo preferido desde a adolescência foi num monomotor.

O encanto pelos balões foi crescendo nas oportunidades que via menções sobre eles, até que no ano passado, em Estocolmo, fui resolutamente à procura de uma empresa que fazia os passeios. Para meu infortúnio, que cheguei no inicio de outubro, os vôos só eram feitos no verão, até o final de setembro.

Desta vez, no Vale do Loire, vimos os panfletos dos passeios de montgolfière (balão em francês) e decidimos fazê-lo. Após alguns obstáculos de empresas com agenda lotada ou que não operavam aos domingos (nosso dia disponível para voar), consegui falar pelo meu celular, em francês, com uma empresa que nos orientou a estar numa cidadezinha chamada Chaumont sur Loire, num estacionamento de uma determinada rua, às seis horas da manhã (!!!). Os vôos são feitos sempre ao amanhecer ou ao entardecer.

Feitos os ajustes de logísticas para estar na tal cidadezinha, conseguimos chegar ao local combinado na hora marcada. Lá encontramos outras pessoas que haviam agendado o passeio e equipes responsáveis por dois balões, munidas cada uma delas de um jeep para transportar os passageiros e uma carrocinha que trazia o balão.




A primeira providência tomada foi encher um balão com gás hélio e soltá-lo para verificar o sentido do vento e decidir o rumo que tomaríamos. Seguimos então de carro por uns vinte minutos até um campo onde poderíamos armar o balão. Sim!! Os passageiros devem ajudar as equipes a montar os balões.




Montados os dois balões e devidamente embarcados os passageiros, o ar começa a ser aquecido para que o balão ganhe altitude. Tudo acontece de forma muito tranqüila e silenciosa. Todos, muito ansiosos pela nova experiência, ficam calados e o único som que se ouve é do maçarico que esquenta o ar do balão.



A sensação é maravilhosa. No ar fresco da manhã, plainamos sobre os bosques, ouvindo os pássaros e vendo coelhos correrem pelo solo. Não há necessidade de o maçarico ficar ligado o tempo todo e, quando ele se apaga, reina o mais completo silêncio lá em cima.




Ao longo de uma hora, voamos de volta, no sentido de Chaumont, sempre tendo como referência o curso do Rio Loire.






A aterrissagem é bem mais emocionante do que a decolagem. Escolhido um campo aberto, ficamos todos virados de costas para o ponto de toque no chão e agarrados ao cesto do balão, pois ao pousar, ele tomba lateralmente no solo, pois a lona é liberada para murchar. Quando pousamos, o carro que nos levou para o ponto de decolagem já nos esperava no ponto de resgate. Assim como no início, os passageiros ajudam a desmontar e guardar o balão.



Terminados os trabalhos, nos foi oferecido uma taça de champagne para brindarmos ao nosso batismo. Como partimos muito cedo e, a essa altura, estávamos ainda de estômago vazio, nos foi ofertado também um delicioso croissant.





Esta foi uma das mais deliciosas aventuras que já vivi e, para aqueles que não têm problemas com altura ou vôos, recomendo a experiência.


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sábado, 2 de julho de 2011

Posição

Tem coisas sobre as quais somos chamados a nos posicionar em algum momento da nossa vida. Mais cedo ou mais tarde, temos que decidir se gostamos (ou não) de acampar; se somos liberais ou conservadores (ou nenhum dos dois); se somos seres diurnos ou notívagos, etc... São polaridades que nos impedem de ocupar as extemidades simultaneamente. Ou bem você está de um lado ou de outro. Nenhuma dessas questões são essenciais para nossa existência, mas ao definí-las, determinamos, de alguma forma, o modo como nos colocamos no nosso contexto diário.

Ao passearmos pelo Vale do Loire, na França, deparamo-nos com inúmeros (muitos mesmo, dos mais diversos tamanhos e formas) Chateaus. Dentre todos os que tive a oportunidade de conhecer, os mais imponentes e majestosos são Chambord e Chenonceau. Ao passear pelos seus jardins e conhecer os seus aposentos, senti a necessidade de definir qual dos dois eu prefiria. Que estilo mais me agrada? Afinal, sou uma pessoa estilo Chambord ou estilo Chenonceau?

Chambord
Embora seja o maior palácio do vale do rio Loire, foi construído apenas para servir de pavilhão de caça para Francisco I, que mantinha a sua residência no Chateau de Blois e no Chateau d'Amboise.


O Château de Chambord visto do ar

Durante o reinado de Francisco I, o palácio raramente esteve habitado: o rei passou lá apenas 7 semanas no total, englobadas em curtas visitas de caça. Como o palácio tinha sido construído com o propósito de receber curtas visitas, não era realmente prático viver ali por muito tempo. As massivas salas, janelas abertas e tectos altos eram impossíveis de aquecer. Além disso, como não estava próximo de nenhuma povoação, não havia outras fontes imediatas de alimentos além dos gamos. Isso significava que todos os alimentos tinham que ser trazidos com o grupo, habitualmente com números superiores a 2.000 pessoas de cada vez.

Como resultado de tudo isso, o palácio permaneceu completamente desmobiliado durante esse período. Toda a mobília, coberturas de paredes, utensílios para a alimentação e por aí fora, eram trazidos especificamente para cada viagem de caça, um grande exercício de logística. Por esse motivo muita da mobília da época foi feita para ser facilmente desmontada, como forma de facilitar o transporte.

Durante mais de oitenta anos depois da morte de Francisco I, os reis franceses abandonaram Chambord, levando-o a um estado de decadência. Finalmente, em 1639, Luis XIII deu-o ao seu irmão, Gaston, Duque de Orleães, que o salvou da ruína, ao realizar vastas obras de restauro. Luis XIV fez o restauro da grande fortaleza e mobilou os apartamentos reais. O rei acrescentou, então, um estábulo para 300 cavalos, permitindo o uso do castelo como pavilhão de caça e como local de recreio para notáveis como Molière, por algumas semanas por ano. Apesar de tudo, Luis XIV abandonou o palácio em 1685. 

Depois de Luis XV, Stalinistas e  Napoleão Bonaparte terem por lá passado sem fincar raízes, a tentativa final de dar uso ao colosso veio do Conde de Chambord e seus herdeiros.  Qualquer tentativa de restauro terminou com o eclodir da Primeira Guerra Mundial. Em 1939, pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial, as colecções de arte dos museus do Louvre e Compiègne (incluindo a  Mona Lisa e a Venus de Milo) foram guardadas no Chateau de Chambord.

O palácio tornou-se propriedade do Governo da França em 1930 mas os trabalhos de restauro só começaram alguns anos depois do final da da Segunda Guerra Mundial. Atualmente, Chambord é uma das principais atracções turísticas da França.




Chenonceau

O Castelo de Chenonceau (também conhecido como Castelo das Sete Damas),  foi construído no local de um antigo moinho, em posição dominante sobre as águas do rio Cher  e a sua história está associada a sete mulheres de personalidade forte, duas das quais rainhas de França.

A construção atual originou-se dum pequeno castelo erguido no século XIII. O edifício original foi incendiado em 1411 para punir o seu proprietário. Este reconstruiu o castelo e moinho fortificado no local. O seu endividado herdeiro, vendeu o castelo a Thomas Bohier, Camareiro do Rei Carlos VIII. Bohier destruiu o castelo existente, conservando a torre de menagem e construiu uma residência inteiramente nova.  Mais tarde, o filho de Bohier foi desapropriado, sendo o chateau entregue ao Rei Francisco I por débitos não pagos à Coroa.

Depois da morte deste monarca, em 1547, Henrique II ofereceu o palácio como presente à sua amante, Diane de Poitiers, a qual mandou construir a ponte arcada, juntando o palácio à margem oposta do Rio Cher. Ela  foi a inquestionável senhora do palácio, até a morte de Henrique II, quando a sua viúva e regente, Catarina de Médicis despojou Diane da propriedade. A Rainha Catarina fez então de Chenonceau a sua residência favorita.


Castelo de Chenonceau: entrada.
Como regente da França, Catarina podia gastar uma fortuna no palácio e em espectaculares festas noturnas. Em 1560, as primeiras exibições de fogos de artifício alguma vez vistas na França tiveram lugar em Chenonceau, durante a celebração que marcou a ascensão do seu filho, Francisco II, ao trono.

Entre as marcas que imprimiu ao conjunto, determinou a construção  de um novo aposento, exatamente por cima da ponte construída pela sua rival. Esse imenso salão sobre o rio, com dois andares e a extensão de sessenta metros de comprimento por seis de largura, ficou conhecido como a Grande Galeria e tornou-se  marca característica do palácio.



O Castelo de Chenonceau visto a partir dos jardins de Catarina de Médici.
  

O Castelo de Chenonceau visto do jardim de Diane de Poitiers.
Quanto a mim... fiquei indubitavelmene do lado da Catarina, que não era nenhuma plebéia que tinha se casado com o Rei da França, mas oriunda da nobilissima familia dos Medicis fiorentinos. Acho que foram suas alterações feitas no Castelo -  especialmente a construção das galeria sobre a  ponte -  que lhe deram o caráter arrebatador que tem hoje.


Entre Chambord e Chenonceau... eu sou estilo Chenonceau.



*Informações extraídas e editadas da Wikipédia.