quinta-feira, 10 de maio de 2012

Contos dos Cantos do Mundo IV

Inês de Castro

Essa é uma das minhas histórias favoritas. Fala do amor de Pedro e Inês de Castro e do trágico fim imposto ao romance.



No Século XIV, D. Afonso XI, rei de Portugal, acertou o casamento de seu filho D. Pedro, com D. Constanza, herdeira do reino de Castela. Quando D. Constanza veio para Portugal, trouxe consigo uma dama de companhia, chamada Inês de Castro.

Por quem será que D. Pedro se apaixonou? Claro que foi por Inês, pois o coração tem sempre caminhos muito tortuosos.



O casamento foi mantido e D. Pedro desposou D. Constanza, apesar de se dizer que ele manteve o relacionamento com Inês durante esse período.  Mesmo D. Afonso tendo exilado Inês para a fronteira Castelhana, consta que eles se correspondiam frequentemente.


Casamento de D. Pedro e D. Constanza                                       Julgamento de Inês de Castro

Entretanto, D. Constanza faleceu precocemente, ao dar a luz a D. Fernando, futuro rei de Portugal.. Contra a vontade do rei, D. Pedro trouxe Inês de volta do exílio e com ela foi viver.

Há quem sustente que o antagonismo do rei  à união de D. Pedro com Inês de Castro tinha razões políticas (em razão da sua origem familiar e de sua ascendência sobre Pedro), além dos inconvenientes de liturgia social. A morte de Inês de Castro foi decidida em conselho e,  aproveitando a ausência de D. Pedro para uma excursão de caça, ela foi degolada.



Em 1355, a morte de Inês fez com que D. Pedro se revoltasse contra D. Afonso, com quem ficou meses estremecido. Apenas dois anos depois, o Rei morreu e D. Pedro se tornou o oitavo rei de Portugal, em 1357.

Nesta ocasião, teria D. Pedro dito a respeito da sua coroação: "De que adianta? Agora Inês é morta!"*

Uma vez tornado rei, D. Pedro empreendeu seu processo de vingança histórica. Em 1360, fez a Declaração de Catanhede, na qual afirmou -  além do seu capelão e de seu criado -  ter casado em segredo com Inês de Castro, o que legitimou os três filhos tidos com ela.

Em seguida, "perseguiu os assassinos de D. Inês, que tinham fugido para o Reino de Castela. Foram apanhados e executados em Santarém (segundo a lenda, o Rei mandou arrancar o coração de um pelo peito e do outro pelas costas)."

Após isso, "mandou construir os dois esplêndidos Túmulos de D. Pedro I e D. Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça, para onde trasladou o corpo de sua amada Inês, em 1361 ou 1362. Juntar-se-ía a ela em 1367."

Entretanto, antes de morrer, conforme  o imaginário popular, D. Pedro coroou Inês morta e fez com que toda a Corte lhe beijasse as mãos em cadáver, prometendo-lhe vassalagem. Por esta razão, diz-se que Inês de Castro reinou depois de morta e fez com que D. Pedro passasse à história como "Pedro, o Cruel".




Em minha modesta opinião, crueldade foi o que fizeram a ele e ao seu intenso amor por Inês de Castro.


* Reconheceu o dito popular???



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Em Coimbra, onde hoje funciona o hotel Quinta das Lágrimas, ainda se pode visitar a Fonte dos Amores (onde Pedro e Inês supostamente se encontravam) e a fonte das Lágrimas (onde Inês teria sido morta).








No Mosteiro de Alcobaça, ainda estão expostos os túmulos de D. Pedro e Inês de Castro, embora não mais lado a lado, como posicionados originalmente. Hoje estão colocados um de frente para o outro, "para que D. Pedro e Inês possam se olhar de frente no dia em que ressucitarem".


Túmulo da Inês de Castro                                                                          Túmulo de D. Pedro