sexta-feira, 8 de março de 2013

The life is on the table

Eu estava totalmente sem vontade de falar. Também não tenho vontade de viajar.



Inapetência justificável pelas circunstâncias. O jeito era esperar a vontade voltar.  

Mas, tem coisa que a gente nunca deixa de fazer. Uma delas é sentar à mesa. Em casa, nos restaurantes, bares, e até em aeroportos, nos minutos contados de uma conexão, é sempre tempo pra ficar do mesmo tamanho, olhar nos olhos do outro e receber a dose de cura do momento compartilhado.

Um dia desses, passando por Brasília, nos cinquenta minutos de conexão, recebi da minha grande amiga Adriana, na pequena mesa do aeroporto, um lote de iguarias, amizade e compreensão que tem me nutrido até hoje.

Claro que momentos especiais podem ser vividos em qualquer lugar, mas parece que o colocar-se à mesa já predispõe as pessoas à troca.





A mesa, mais do que um móvel utilitário, é altar de sensações...



... e, talvez seja por isso, que é também germinador de idéias.

 Lembo-me, então, que o mundo é cheio de lugares onde suas mesas acolheram situações e acontecimentos de importantes nomes das artes e/ou de seus maravilhosos personagens. Suas presenças ainda podem ser sentidas.

Em San Francisco, tem o Café Trieste de Jack Kerouac...



A presença indelével de Fernando Pessoa no Martinho da Arcada, em Lisboa...




O Bar Veloso da Rua Montenegro, de tão emblemático significado,  passou a se chamar Garota de Ipanema, na rua cujo nome passou a ser Vinicius de Moraes.

Bar Garota de Ipanema

Já algumas outras mesas surgiram direto da ficção...






No final das contas, é na mesa que temos sustento: alimentício, etílico, fraternal e amoroso.




 É nela que a alma repousa e se permite ser curada.