A revista Tam Nas Nuvens de maio do ano passado (2013) trouxe uma reportagem com sugestão de quatro vinícolas para serem visitadas no interior de Portugal. Como estávamos de Viagem marcada para Portugal e Inglaterra em julho, decidimos incluir algumas dessas vinícolas no nosso roteiro. Escolhemos, pela localização geográfica, a Quinta da Aveleda e a Quinta do Monte D'Oiro.
A
Quinta da Aveleda fica localizada em Penafiel, uma pequena cidade a 39 km de carro da cidade do Porto. O melhor hotel da cidadezinha é o
Penafiel Park Hotel & Spa. Já antes de irmos, descobri que esse hotel oferece um pacote que incluía drink de boas vindas, o voucher para visitar a Quinta da Aveleda, um jantar no hotel e o uso gratuito do Spa durante a hospedagem.
Esses mimos fizeram da estada em Penafiel um período muito agradável e reconfortante.
Conforme noticiava a revista, a Aveleda se destaca não só pela fabricação dos vinhos verdes, mas pelo deslumbrante jardim botânico que as sucessivas gerações da família foram cultivando com muito esmero.
Já na entrada, encontramos as paisagens que a revista descrevia no outono, com as folhagens do verão.
Andar pela propriedade é ir imergindo numa flora variada e deslumbrante...
... que nos remete a contos de fada e sonhos de infância.
Cada cantinho do imenso jardim é cuidadosamente preservado e até nos fez esquecer que estávamos lá para conhecer os vinhos...
Como a propriedade, além de muito grande, é muito ativa, na degustação são servidos, além dos vinhos verdes, os queijos produzidos na própria Quinta.
O vinho verde é uma "denominação de origem controlada" do vinho produzido exclusivamente na região noroeste de Portugal. É um vinho com moderado teor alcóolico e, portanto, menos calórico. Não é um vinho para ser guardado, mas consumido em até dois anos.
A visita é magnífica e, muitos Alvarinhos (a uva "mais carismática" da região do vinho verde) depois, saí de lá com um imenso prazer de ter passado aquela tarde de verão na Quinta da Aveleda, a vinícola que produz, dentre outros, o muito conhecido Casal Garcia.
A outra vinícola escolhida para visitarmos foi a
Quinta do Monte D'Oiro, que fica no vilarejo de Freixial de Cima, a 59 km de Lisboa.
A revista dizia que a degustação na Quinta do Monte D'Oiro era feita ao som da música de Paganini e, conforme a complexidade do vinho ia aumentando, a música do Paganini ia ganhando complexidade através do número de instrumentos utilizados. Seduzidas pela imagem mental criada pela revista, agendamos uma visita à vinícola.
Nós não fizemos a degustação do Paganini, Na verdade, não fizemos nenhuma degustação, pois quando chegamos, a vinícola estava em frenético funcionamento de produção. Entretanto, de forma muito atenciosa, a enóloga Norma deixou os afazeres e gastou uma hora conosco entre os vinhedos, explicando-nos toda a história e a sutileza da produção dos vinhos produzidos na Quinta.
A Quinta do Monte D'Oiro fez a opção por produzir vinho de castas de uvas francesas. Portanto, um laborioso desafio foi adaptar as castas trazidas da França para o terroir português. Isso, entretanto, possibilitou que os vinhos produzidos ali ganhassem um diferencial dos outros tantos produzidos nas demais vinícolas portuguesas.
Da Quinta do Monte D'Oiro, partimos não só com a alma repleta de informações e curiosidade originada pela atenciosa recepção que nos foi dada, mas com a mala carregada de algumas garrafas dos seus vinhos, para experimentarmos durante a viagem.
Os vinhos são excelentes, mas dos que experimentamos, o nosso preferido foi o Lybra, que sorvido em Londres, encheu-nos dos sabores franceses, produzidos em Portugal...
...o que nos fez ver que, em se tratando de vinho, mais que a nacionalidade, o terroir, ou a casta, o que nos preenche são os goles e a atmosfera criada em torno dos confrades pelo seu sabor e efeito embriagante.