Conheci ontem Jardim de Haijin, o novo livro da Alice Ruiz, que é um mimo, de onde pesquei esses haikais:
chuva de flores
um dia inteiro
calçada macia
ao acordar
a cor da flor
dá o tom do dia
manhã de primavera
para toas as flores
dias de estréia
Suspirei, desejando um haikai pras acácias, que já começaram a florir pela cidade toda e têm me encantado e divertido com seu amarelo tão vivo.
No Jardim da Alice não tinha, mas lá pendurado ao lado do dela (os livros estavam pendurados no teto com linhas de nylon e pareciam frutas para serem colhidas) estava Hai-Quintal, da Maria Valéria Rezende.
Nele, havia esse:
debaixo da Acácia,
chuva de flores de ouro
retardam meus passos
Sossegou meu coração, pois achei que alguém tinha feito minha justa homenagem.
No jardim de poesias, o fruto é a palavra, a afinidade, a emoção...
ResponderExcluirNão caminho muito nesse jardim... o meu campo de lavandas favorito é o da prosa. Mas deixo, no seu jardim, um passeio pelo parque com a única poetisa portuguesa que já li:
O algodão doce
assustou-a
a ponto
de saltar do carroussel
em andamento
e de torcer um pé
(Adília Lopes, O Poeta de Pondichéry e Maria Cristina Martins).