sábado, 11 de agosto de 2012

Enfim... Ema!

Pois é. Nas nossas andanças por aí, terminamos por deixar algumas coisas para a próxima vez. Ser capaz disso demonstra a leveza do estado de espírito que devemos ter para aproveitar a jornada. Mas algumas coisas, por vezes, são deixadas para depois mais vezes do que desejamos e se transformam em intensos desejos, proporcionadores de imensos prazeres quando satisfeitos.

Já há alguns anos, li numa revista de viagem a respeito das fundações Eva e Ema Klabin, com sede, respectivamente, no Rio de Janeiro e São Paulo, que abrigam as notáveis coleções de arte que as irmãs amealharam ao longo da vida. Desde então decidi começar  por São Paulo e venho tentando visitar a Fundação Ema Klabin.

Sempre tive admiração pelo mecenato. Desde os Medicis fiorentios até Calouste Gulbenkian, os benfeitores da arte e da cultura me intrigaram.

Lorenzo de Medici
Calouste Gulbenkian
Ema Gordon Klablin, juntamente com sua irmã Eva, herdou a fortuna do seu pai Hessel, construída no ramo de papel e celulose. Dedicou sua vida, além de cuidar do pai até a sua morte, a notáveis obras de apoio e incentivo, especialmente à cultura e à arte.



No mês de julho, finalmente consegui visitar a Fundação Ema Klabin, que funciona na mansão em que ela viveu na Rua Portugal, Jardim Europa, em São Paulo. As visitas são feitas apenas em alguns dias da semana e devem ser agendadas pela internet.



Na visita guiada,  podemos ver toda a coleção reunida por Ema ao longo de décadas, nas muitas viagens que fez, inclusive quatro de volta ao mundo.



Os objetos estão onde costumavam ficar quando sua casa era habitada e frequentada por eminentes personalidades artísticas e sociais. Os cômodos são ornamentados por quadros dos mais reconhecidos pintores nacionais e estrangeiros, além de peças de esculturas, tapeçarias e inúmeros livros raros, aos quais ela dava especial atenção. Além da excepcional biblioteca, ela mantinha muitos deles no seu próprio quarto, para manuseio cotidiano.

Falar  da casa ou das peças em exibição me obrigaria a fazer um post sem fim, dado o grau de encantamento que eu fiquei com tudo que está lá exposto. De qualquer forma, o catalogador da coleção já se deu a esse trabalho e o resultado pode ser visto num livro com o intringante título de Sinfonia de Objetos.

Capa

Depois das horas que passei no casarão da rua Portugal e da imersão que fiz na história da família Klabin, logo a minha satisfação de ter realizado o meu antigo desejo foi substituída pela decorrente vontade de ir ao Rio de Janeiro, conhecer a Fundação Eva Klabin.

Enquanto isso não acontece, fica a recordação da memorável visita e do impacto que todas aquelas obras de arte causaram sobre o meu espírito.






2 comentários:

  1. Flor, que emoção deve ter sido! E ver os objetos na própria casa, imaginar a vida ao redor de tudo isso... muito especial.

    No L'Orangerie, depois de me emocionar muito com as Nympheas, me encantei com a coleção de Paul Guillaume e sua coleção. Na sua ala no museu, há maquetes com as obras posicionadas como eram na sua casa. Eu já me emocionei ali, imagino você na Kablin. Mais uma viagem sua que vou querer seguir!

    E como foi bom vê-la nas fotos, minha linda! Bjo grande!!!

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    1. Dri, vale super a pena a visita! Tem coisas muito legais, que eu não quis mencionar, pra não estragar a surpresa. Beijinho!

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