Tem coisas sobre as quais somos chamados a nos posicionar em algum momento da nossa vida. Mais cedo ou mais tarde, temos que decidir se gostamos (ou não) de acampar; se somos liberais ou conservadores (ou nenhum dos dois); se somos seres diurnos ou notívagos, etc... São polaridades que nos impedem de ocupar as extemidades simultaneamente. Ou bem você está de um lado ou de outro. Nenhuma dessas questões são essenciais para nossa existência, mas ao definí-las, determinamos, de alguma forma, o modo como nos colocamos no nosso contexto diário.
Ao passearmos pelo Vale do Loire, na França, deparamo-nos com inúmeros (muitos mesmo, dos mais diversos tamanhos e formas) Chateaus. Dentre todos os que tive a oportunidade de conhecer, os mais imponentes e majestosos são Chambord e Chenonceau. Ao passear pelos seus jardins e conhecer os seus aposentos, senti a necessidade de definir qual dos dois eu prefiria. Que estilo mais me agrada? Afinal, sou uma pessoa estilo Chambord ou estilo Chenonceau?
Embora seja o maior palácio do vale do rio Loire, foi construído apenas para servir de pavilhão de caça para Francisco I, que mantinha a sua residência no Chateau de Blois e no Chateau d'Amboise.
Durante o reinado de Francisco I, o palácio raramente esteve habitado: o rei passou lá apenas 7 semanas no total, englobadas em curtas visitas de caça. Como o palácio tinha sido construído com o propósito de receber curtas visitas, não era realmente prático viver ali por muito tempo. As massivas salas, janelas abertas e tectos altos eram impossíveis de aquecer. Além disso, como não estava próximo de nenhuma povoação, não havia outras fontes imediatas de alimentos além dos gamos. Isso significava que todos os alimentos tinham que ser trazidos com o grupo, habitualmente com números superiores a 2.000 pessoas de cada vez.
Como resultado de tudo isso, o palácio permaneceu completamente desmobiliado durante esse período. Toda a mobília, coberturas de paredes, utensílios para a alimentação e por aí fora, eram trazidos especificamente para cada viagem de caça, um grande exercício de logística. Por esse motivo muita da mobília da época foi feita para ser facilmente desmontada, como forma de facilitar o transporte.
Durante mais de oitenta anos depois da morte de Francisco I, os reis franceses abandonaram Chambord, levando-o a um estado de decadência. Finalmente, em 1639, Luis XIII deu-o ao seu irmão, Gaston, Duque de Orleães, que o salvou da ruína, ao realizar vastas obras de restauro. Luis XIV fez o restauro da grande fortaleza e mobilou os apartamentos reais. O rei acrescentou, então, um estábulo para 300 cavalos, permitindo o uso do castelo como pavilhão de caça e como local de recreio para notáveis como Molière, por algumas semanas por ano. Apesar de tudo, Luis XIV abandonou o palácio em 1685.
Depois de Luis XV, Stalinistas e Napoleão Bonaparte terem por lá passado sem fincar raízes, a tentativa final de dar uso ao colosso veio do Conde de Chambord e seus herdeiros. Qualquer tentativa de restauro terminou com o eclodir da Primeira Guerra Mundial. Em 1939, pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial, as colecções de arte dos museus do Louvre e Compiègne (incluindo a Mona Lisa e a Venus de Milo) foram guardadas no Chateau de Chambord.
O palácio tornou-se propriedade do Governo da França em 1930 mas os trabalhos de restauro só começaram alguns anos depois do final da da Segunda Guerra Mundial. Atualmente, Chambord é uma das principais atracções turísticas da França.
Chenonceau
O Castelo de Chenonceau (também conhecido como Castelo das Sete Damas), foi construído no local de um antigo moinho, em posição dominante sobre as águas do rio Cher e a sua história está associada a sete mulheres de personalidade forte, duas das quais rainhas de França.
A construção atual originou-se dum pequeno castelo erguido no século XIII. O edifício original foi incendiado em 1411 para punir o seu proprietário. Este reconstruiu o castelo e moinho fortificado no local. O seu endividado herdeiro, vendeu o castelo a Thomas Bohier, Camareiro do Rei Carlos VIII. Bohier destruiu o castelo existente, conservando a torre de menagem e construiu uma residência inteiramente nova. Mais tarde, o filho de Bohier foi desapropriado, sendo o chateau entregue ao Rei Francisco I por débitos não pagos à Coroa.
Depois da morte deste monarca, em 1547, Henrique II ofereceu o palácio como presente à sua amante, Diane de Poitiers, a qual mandou construir a ponte arcada, juntando o palácio à margem oposta do Rio Cher. Ela foi a inquestionável senhora do palácio, até a morte de Henrique II, quando a sua viúva e regente, Catarina de Médicis despojou Diane da propriedade. A Rainha Catarina fez então de Chenonceau a sua residência favorita.
Como regente da França, Catarina podia gastar uma fortuna no palácio e em espectaculares festas noturnas. Em 1560, as primeiras exibições de fogos de artifício alguma vez vistas na França tiveram lugar em Chenonceau, durante a celebração que marcou a ascensão do seu filho, Francisco II, ao trono.
Entre as marcas que imprimiu ao conjunto, determinou a construção de um novo aposento, exatamente por cima da ponte construída pela sua rival. Esse imenso salão sobre o rio, com dois andares e a extensão de sessenta metros de comprimento por seis de largura, ficou conhecido como a Grande Galeria e tornou-se marca característica do palácio.
Quanto a mim... fiquei indubitavelmene do lado da Catarina, que não era nenhuma plebéia que tinha se casado com o Rei da França, mas oriunda da nobilissima familia dos Medicis fiorentinos. Acho que foram suas alterações feitas no Castelo - especialmente a construção das galeria sobre a ponte - que lhe deram o caráter arrebatador que tem hoje.
Entre Chambord e Chenonceau... eu sou estilo Chenonceau.
*Informações extraídas e editadas da Wikipédia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário